Fale Conosco

A história do Teatro na Biblioteca do APM

27 de março de 2024 Blog

Este texto advém do projeto “Biblioteca do APM”, em favor da difusão do acervo bibliográfico do Arquivo Público Mineiro ao público, com recortes cronológicos e temáticos.

Por: Beatris Amaral sob supervisão de Flávia Figueirêdo
Acervo Arquivo Público Mineiro | FM-3-3-054

No dia 27 de março é comemorado o “Dia Mundial do Teatro”, a data é uma lembrança para a valorização dos espetáculos, uma oportunidade para refletir sua importância histórica, os temas que representa e sua difusão.

No Brasil, o movimento inicial tinha apenas aspirações colonizadoras, os jesuítas elaboravam representações teatrais com ensinamentos e histórias cristianizadas, com o objetivo de ilustrar a religião e, assim, converter os nativos. Mesmo Ouro Preto possuindo o título de primeiro teatro da América Latina, com a “Casa da Ópera” inaugurada em junho de 1770, os temas das peças só se diversificam com a chegada da Coroa Portuguesa em 1808, sendo elas uma cópia das obras europeias, elaboradas para agrado das elites; embora algumas reformas sejam feitas no período, o investimento é pequeno.

Para J. Galante de Souza em seu livro “O teatro no Brasil” (1960), o país só passa a ter um teatro , com atores, autores e público estável, após a Independência.

Capa - O teatro no Brasil
Capa do livro "O Teatro no Brasil" de J. Galante de Sousa

As influências dessas mudanças alcançaram Minas Gerais, com real potência, apenas a partir de 1831. O livro de José Seixas Sobrinho, “O Teatro em Sabará” (1961), afirma que, até o início do Segundo Império, o teatro cumpre uma função somente religiosa, com peças realizadas no tablado em praça pública, aos moldes do Período Colonial.

Com influências do Romantismo, o teatro sabarense desenvolve suas características ainda na primeira metade do século XIX e amplia seus atributos com foco no drama e na comédia de costumes.

Todos esses títulos e “140 Anos da História do Teatro em Itaúna”, organizado por Marco Antônio Lara (2021), são parte da Biblioteca do Arquivo Público Mineiro. Itaúna, que no final do século XIX tinha o nome de Sant’Anna de São João Acima, tem os primeiros registros de montagens teatrais só encontrados na segunda metade do século XIX, mesmo assim, a cidade incorporou profundamente o teatro em sua cultura. No ano de 1890, inaugura o primeiro espaço dedicado às apresentações; o “Theatro Sant’Anna” abre as portas com a peça “Mãe”, de José Alencar.

A Casa é um sucesso e, no início do século XX, começa a não comportar todo o público. A partir de uma articulação para a construção de um novo local, em 1923, é inaugurado o “Theatro Mário Mattos” com 900 lugares e um grande palco, entretanto, mesmo com a presença de público, em 1949, o Theatro Sant’Anna é demolido, e o Theatro Mário Mattos se torna um cinema, que se mantém até 1979, quando também é posto abaixo. A herança teatral fica presente na vida dos itaunenses, que agora têm suas peças em teatros escolares, com forte participação da comunidade jovem da cidade.

A riqueza cultural do teatro nacional é uma fonte fértil para analisar as alterações de perspectivas, costumes, críticas e temas em evidência do período analisado.

O país reúne grandes nomes de escritores do gênero como: José de Alencar, Nelson Rodrigues, Hilda Hilst, Dias Gomes, entre tantos outros, atores, diretores e peças nacionais também merecem reconhecimento pelo trabalho desempenhado.

Encontre também na Biblioteca do Arquivo Público Mineiro: “Innocencia: peça de costumes do interior em cinco actos”, de Carlos Góes; “Barbara Heliodora: peça histórica em 3 actos e 1 quadro”, de Anibal Mattos; e a coleção “36 peças”, de Joaquim Silva.

Todos disponíveis para consulta com agendamento prévio através do e-mail: referencia.apm@secult.mg.gov.br



 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pular para o conteúdo